O Caminho: 3 dias - 3 etapas

O CAMINHO
 Na realidade, historicamente, o Caminho Português de Santiago não tem um ponto de início definido, tendo antes muitos caminhos que variam com o ponto de origem geográfica do peregrino e que, à medida que se vão aproximando da fronteira norte de Portugal (Caminha-Tui) se vão unindo.
Nesta fase final, destacam-se 2 itinerários: O Caminho Português do Norte (ou do Noroeste ou do Litoral), a partir do Porto, e o Caminho Português do Interior, a partir de Guimarães-Braga.
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Ora o “nosso”, como já perceberam, pode ser o Caminho Português do Interior…
Vão ser 211 km divididos entre estrada, “caminhos de cabras”, trilhos de terra, de pedras, de subidas, de descidas… os do pedal a penar e os outros a gozar!
Mais detalhes sobre as 3 etapas do Caminho Português do Interior surgirão num próximo post.
OU
 O Caminho Português do Norte, a partir do Porto, tem mais 20 a 30 km ..... a escolha é nossa

211 Km DE PEDAL
Na hipótese 1, o “nosso” caminho vai ser o Caminho Português do Interior, partindo de Guimarães e acabando, obviamente, em Santiago de Compostela.
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Serão 211 km a pedalar até chegarmos a Santiago de Compostela (segundo dados da Associação Espaços Jacobeus).
A razão porque faremos estes 211 km tem a ver com o limite de km mínimo para que a peregrinação seja considerada como tal e para que seja “validada” com a atribuição da Compostela à chegada a Santiago. De facto, a Compostela será apenas atribuída a quem tiver feito, pelo menos, 100 km a pé ou a cavalo, ou 200 km de bicicleta (que será o nosso caso). A escolha de Guimarães para ponto de partida ficou assim a dever-se ao facto de esta ser a cidade do Caminho Português do Interior mais perto do marco dos 200 km.
Nestes casos, é bastante aconselhável fazer um plano de viagem, embora se saiba que, na prática, este plano nos servirá apenas como referência orientadora.
A única certeza que temos é a de que há 211 km entre a primeira pedalada e a chegada a Santiago.
Matematicamente, seriam cerca de 70 km por dia… começar de manhã cedo, fazer 35 km, parar, descansar, almoçar, fazer mais 35 km de tarde, descansar, jantar e dormir, e isto durante 3 dias. Vistas as coisas assim, até nem parece nada de extraordinário… A realidade será seguramente outra, mas desta aventura depois vos daremos contas!
Naturalmente, no primeiro dia estaremos todos mais “frescos” e a ideia é fazer bem mais do que os 70 km, tentando chegar o mais perto possível de Caminha/Tui (fronteira Portugal-Espanha) com pouco menos de metade do caminho feito. Nos dois dias restantes faremos o que resta do caminho tentando chegar a Santiago ainda durante o meio da tarde do terceiro dia.
Mas isto são apenas os nossos planos porque, no fundo, tudo dependerá do terreno e do tempo que encontrarmos e principalmente… das pernas dos artistas!
Nota: Sobre a Compostela falaremos num próximo post a publicar brevemente.

3 DIAS 3 ETAPAS
Falemos agora com mais pormenor do itinerário que vamos seguir.
Teoricamente, 211 Km divididos por 3 dias seriam aproximadamente 70 Km em cada dia… já anteriormente o tinhamos aqui dito.
Agora, mais informados e depois de discutidas bem as coisas, surgem duas possibilidades:
Opção 1 (a mais equilibrada e mais suave)
Dia 1 – Guimarães – Rubiães – 77 Km
Dia 2 – Rubiães – Pontevedra – 71 Km
Dia 3 – Pontevedra – Santiago de Compostela – 66 Km
Opção 2 (a mais arrojada mas que nos deixa um terceiro dia muito descansado)
Dia 1 – Guimarães – Valença/Tui – 100 Km
Dia 2 – Valença/Tui – Padrón – 90 Km
Dia 3 – Padrón – Santiago de Compostela – 24 km
Segundo as informações de que dispomos, os troços do caminho em Portugal são, de longe, os mais difíceis, quer pela qualidade dos trilhos quer pela própria geografia do terreno. Depois em Espanha as coisas suavizam-se bastante mais, em ambos os aspectos.
Assim, a Opção 1 será a escolhida se à chegada a Rubiães (acabados de fazer a famosa subida da Labruja) os Homens do Pedal já não tiverem pernas para mais nesse dia. Caso se sintam com frescura suficiente, farão mais cerca de 20 Km até Valença/Tui e deste modo seguiremos para a Opção 2.
Nota: Feitas as contas etapa a etapa, o resultado total dá-nos 214 km em vez dos 211 Km anunciados, mas o que são mais 3 Km para este artistas!

O CAMINHO TROÇO A TROÇO
Como tinhamos referido no post anterior, existem diferenças significativas entre os troços em Portugal e em Espanha.
Estas diferenças verificam-se não só ao nível da qualidade do trilhos e da geografia do terreno, como já tinhamos deixado dito, mas também ao nível da marcação e sinalização do terreno e da informação existente sobre esses mesmos trilhos. Em todos os casos, com prejuízo no que a Portugal diz respeito.
Ainda assim, aqui deixaremos para cada troço do Caminho, um pequeno comentário, um mapa com as distâncias respectivas e o perfil topográfico daqueles que conseguimos encontrar em condições apresentáveis.
GUIMARÃES – BRAGA
Neste primeiro troço entre Guimarães e Braga, o Caminho coincide com o que hoje em dia é a Estrada Nacional 101.
Serão portanto, 22 Km de estrada de alcatrão, em “velocidade de cruzeiro”, apenas para fazer o aquecimento para o Caminho “a sério” que começa à saída de Braga.
Ou seja… Nada a Declarar!
Troço: 22 Km
Total: 22 Km

BRAGA – PONTE DE LIMA
Daqui para a frente entramos no Caminho de Santiago mesmo a sério!
Não que o troço anterior não o fosse já, mas é agora que começamos a entrar nos trilhos de mato, nas aldeias e pontos de referência mais marcantes como rios, serranias, pontes, fontes, cruzeiros, etc.
Serão os primeiros 36 Km (já com algumas subidas) a pedalar entre campos e povoações, entre trilhos de terra e empedrados.
Se tudo correr como previsto, o almoço/descanso será feito à chegada a Ponte de Lima, para recarregar baterias para o troço mais duro que vamos enfrentar em todo o Caminho.
Troço: 36 Km
Total: 58 Km

PONTE DE LIMA – RUBIÃES
Estamos agora perante o mais difícil de todos os troços do Caminho Português do Interior.
À saida de Ponte de Lima começa a subida da Serra da Labruja, primeiro duma forma relativamente suave para depois, nos últimos 4 Km, subir por um trilho quase impraticável, desde cerca dos 100 metros de altitude até ao seu pico mais alto – a Portela Grande – a 436 metros.
Diz quem já fez este troço de BTT, que temos duas hipóteses… ou se sobe ao lado “dela” ou com “ela” às costas!
Pelo caminho encontramos a Cruz dos Franceses (ou Cruz dos Mortos), que assinala o sítio onde a população local emboscou os retardários franceses do exército de Napoleão, na invasão de 1809. No ponto mais alto temos a Casa do Guarda Florestal e, obviamente, uma vista deslumbrante!
Depois deste enorme esforço, temos a merecida recompensa… até Rubiães é sempre a descer e, como diz o ditado… “Pra baixo todos os Santos ajudam” (Santiago incluido)!
Nota: Quem não tiver pernas para a Labruja, tem como alternativa um caminho a meia encosta que passa ao lado deste dois pontos míticos do caminho e, naturalmente, de todas as emoções que lhes estão associadas… mas isso é pra “meninos”, não é para os nossos Homens!
“Venha de lá essa Labruja!”
Troço: 19 Km
Total: 77 Km

RUBIÃES – VALENÇA/TUI
Rubiães será o fim do primeiro dia, se a Labruja tiver “dado cabo deles”, ou o início da última etapa do dia, se ainda houver pernas para mais 22 Km a pedalar tranquilamente.
Uma pequena subida no início, bem mais suave que a anterior, e depois resta “planar” até às margens do Rio Minho… do lado de cá o fim de Portugal e do lado de lá o início da Galiza.
Troço: 18/22 Km
Total: 95/99 Km

VALENÇA/TUI – REDONDELA
Este é sem dúvida um dos troços mais tranquilos do Caminho, quase todo plano, fechando com uma subida e consequente descida até Redondela.
A povoação é muito bonita e será o local ideal para fazer o almoço/descanso se tivermos seguido a Opção 1.
Troço: 31 Km
Total: 130 Km

REDONDELA – PONTEVEDRA
Este troço, embora um pouco acidentado (com dois montes para subir e um rio para passar), não apresenta grandes dificuldades uma vez que os desníveis não ultrapassam nunca os 80 metros de altitude.
Pontevedra será o fim do segundo dia (para a Opção 1) ou o local para fazer o almoço/descando da segunda “Jornada de Pedal” (para a Opção 2).
Troço: 18 Km
Total: 148 Km

PONTEVEDRA – CALSAS DE REIS
Sem dificuldades, com uma subida longa mas muito suave, até meio do troço, desce depois, também muito suavemente, até Caldas de Reis.
Será o início do último dia do “nosso” Caminho de Santiago caso se tenha seguido a Opção 1.
Troço: 23 Km
Total: 171 Km

CALDAS DE REIS – PADRÓN
Neste troço teremos que passar dois montes e três rios (um deles duas vezes). As subidas são um pouco mais intensas que as anteriores, mas depois do segundo monte não se desce muito e pedala-se numa zona de planalto para finalemte se descer até Padrón.
Aqui será o local onde faremos a nossa merecida pausa para o almoço/descanso (para a Opção 1) ou onde terminará o segundo dia de Caminho (para a Opção 2).
Troço: 19 Km
Total: 190 Km

PADRÓN – SANTIAGO DE COMPOSTELA
O derradeiro troço do “nosso” Caminho de Santiago, obviamente para ambas as Opções, começa suave mas só acaba depois de duas boas subidas, exigindo um último esforço até à chegada, em apoteose, a Santiago de Compostela.
Afinal de contas… assim até dá mais gozo lá chegar a cima!
Todos “rotos” mas felizes!
É assim ou não é?
Troço: 24 Km
Total: 214 Km

A MARCAÇÃO DO CAMINHO
Naturalmente, uma das grandes preocupações de quem vai fazer uma viagem, seja ela qual for, é saber qual o caminho para chegar ao seu destino.
Ora, raramente no ponto de origem há uma indicação do local de destino… Em Bencatel não há nenhuma seta a dizer Amareleja, em Lisboa não há nenhuma seta a dizer Pias e, obviamente, nem em Évora nem em Guimarães há uma seta a dizer Santiago de Compostela.
Nas estradas nacionais basta seguir as indicações rodoviárias, mas aqui o caso é bastante diferente.
No caso concreto do Caminho Português do Interior que vamos seguir desde Guimarães até Santiago de Compostela, praticamente sempre no “meio do mato”, preocupa-nos de facto a sinalização e, mais ainda, a ausência dela. Perdermo-nos não é seguramente um dos nossos objectivos mais importantes!
Para além dos mapas, dos guias e dos GPS’s que cada um pode levar consigo, a grande ajuda (assim o esperamos) que encontraremos ao longo do caminho serão as marcações no terreno.
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Inicialmente, o caminho era assinalado pela Vieira de Santiago (Concha de Santiago) que se apresenta sob a forma de elementos de bronze, de cerâmica, de etiquetas, de gravuras, etc., sendo o sentido a seguir indicado pelos “dedos” da vieira, ou seja, o lado aberto da concha indica a direcção de Santiago de Compostela.
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Existe apenas uma vieira na marcação do Caminho em que os “dedos” apontam para baixo, mas neste caso há uma justificação… ela está em Finisterra – o fim do Caminho (e o Fim da Terra).
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Depois, por várias razões, a concha deixou de ser eficaz em termos de sinalização do caminho. Devido à tendência dos peregrinos levarem estes objectos como “recuerdo”, eles foram desaparecendo a pouco e pouco. Por outro lado, depois de o Caminho de Santiago ter sido classificado como Itinerário Cultural do Conselho da Europa, a concha estilizada amarela sobre fundo azul foi assumida como símbolo identificador europeu do Caminho de Santiago. Assim, a concha passou a ter carácter de logotipo oficial, identificando apenas a presença do Caminho de Santiago. Deste modo, este logotipo mantém sempre a mesma posição, deixando agora de indicar qualquer direcção. Esta situação veio causar alguma confusão entre os peregrinos menos avisados, uma vez que os “dedos” da concha podem agora indicar uma direcção bastante diferente daquela que é a verdadeira direcção do Caminho de Santiago.
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Atenção a situações como a que agora se apresenta e que podem induzir o peregrino a seguir uma direcção errada.
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As “Flechas Amarillas” 6seta.jpg principal sinalização do actual Caminho de Santiago, começaram a ser pintadas em 1980 pelo Padre Elías Valiña Sanpedro, Pároco do Cebreiro, a primeira localidade galega do Caminho Francês. Desde então foram-se espalhando por todos os caminhos e actualmente são o meio mais seguro de seguir o Caminho de Santiago sem grandes preocupações. A razão porque as setas são amarelas e não de outra cor tem também uma explicação… mas não pensem já em grandes simbolismos! São amarelas apenas porque começaram por ser pintadas com o resto da tinta de marcação de umas obras na estrada, que os trabalhadores ofereceram ao Padre Elías.
O Caminho Português do Interior começou a ser recuperado em 1992 e actualmente está marcado desde Lisboa e de forma bastante completa no troço final Porto-Ponte de Lima-Valença do Minho. Em território espanhol a sinalização é ainda mais completa e eficiente.
A sinalização dos Caminhos Portugueses de Santiago tem sido feita recorrendo ao sistema convencionado para toda a Europa para identificar de forma simples os itinerários jacobeus e que é a seta amarela pintada em muros, paredes, pavimentos, árvores, postes, etc, em todos os locais onde pudessem ocorrer dúvidas, particularmente nos cruzamentos e bifurcações.
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Estas setas foram depois substituídas no troço galego por uma solução definitiva com marcos de pedra com a distância à Catedral de Santiago, incluindo um azulejo azul com uma vieira amarela posicionada de acordo com o sentido da marcha ou, noutros casos, apenas o mesmo azulejo colado em paredes e muros.
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Em Portugal têm-se mantido as setas amarelas, periodicamente retocadas, constituindo uma solução que, embora provisória, é absolutamente segura. Contudo, está já em curso a fixação definitiva de setas metálicas amarelas em todo o percurso, do Porto até Valença.
Para além da sinalização oficial, encontramos por vezes marcações provisórias, feitas pelos peregrinos, quando há problemas com a sinalização existente (mau tempo, azulejos roubados, a vegetação cresceu por cima das marcas).
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Uma chamada de atenção para as setas azuis que poderão aparecer (que normalmente apontam o sentido contrário) e que são a indicação do Caminho de Fátima, nomeadamente para orientação dos Peregrinos que de Santiago de Compostela se dirigem a Fátima.
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Outro tipo de sianlização que poderemos encontrar são as marcações dos Caminhos de Grand Randonnée (GR), de acordo com o estabelecido pela Federação Francesa de Randonneur (FFR), que em Portugal se designam por Grande Rota e que são percursos pedestres definidos no nosso país pela Federação Portuguesa de Campismo (FPC).
Ao longo do Caminho Português de Santiago, este tipo de sinalização, pode encontrar-se pelo menos entre Rates e Barcelos e entre Ponte de Lima e Valença. É a indicação da GR11-E9, um itinerário que tem origem em S. Petersburgo, na Rússia, atravessa toda a Europa e termina em Portugal na casa de S. Vicente.
Chamamos à atenção para o facto de que os itinerários compostelanos nem sempre são GR e que nem todas as GR são caminhos para Compostela. A GR11-E9 não corresponde integralmente ao traçado do Caminho Português, pois apresenta algumas alternativas pontuais aos troços originais do Caminho de Santiago.
A marcação pode encontrar-se sob a forma de traços pintados sobre árvores, pedras, muros ou de marcações auto-adesivas sobre postes ou ainda sob a forma pequenos painéis acompanhados de textos.
Esta sinalização é constituída por dois traços, um vermelho e um branco, e funciona como se pode ver na imagem apresentada.
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No caso das Pequenas Rotas (PR) o traço branco passa a ser amarelo mas a nomenclatura da sinalização é a mesma.
Actualmente, podem-se encontrar marcações no caminho, quase, a cada 200/250 metros, pelo que se fizermos mais de 500 metros sem ver uma seta amarela ou um marco, muito provavelmente, estaremos perdidos. Resta voltar atrás e recuperar o caminho certo!
Com toda esta informação, pensamos que não haverá grandes problemas para darmos com o caminho certo, mas se restarem dúvidas só temos que perguntar a alguém… pelo Caminho de Santiago todos o peregrinos são irmãos e amigos!
Por isso…
Vá lá Malta… sigamos “las Flechas Amarillas”!

OS ALBERGUES
Como não é possível fazer o Caminho de Santiago todo num só dia, é fundamental encontrar um sítio onde dormir no final de cada jornada.
Naturalmente, Hotéis e Pensões haverá um pouco por todas as localidades por onde passa o caminho, mas o “verdadeiro peregrino” tem outras alternativas ao seu dispor, bem mais adequadas à sua condição.
Peregrino que é Peregrino (com P grande) utiliza os Albergues de Peregrinos que existem espalhados ao longo do caminho justamente para os acolher, sendo necessário para tal, ser possuidor da Credencial de Peregrino devidamente carimbada.
Em Portugal, a coisa está ainda pouco generalizada, mas em Espanha, principalmente na Galiza, não há povoação, por mais pequena que seja, que não tenha o seu Albergue de Peregrinos com 5 ou 10 camas pelo menos, chegando o de Santiago a ter espaço para mais de 500 pessoas.
Para colmatar a falta de Albergues de Peregrinos em Portugal, existe um Protocolo com as Pousadas de Juventude, que dá direito a pernoitar em todas as Pousadas de Juventude que fiquem num Caminho de Santiago reconhecido, com um desconto de 10% sobre os preços de tabela.
No site oficial das Pousadas de Juventude podemos fazer a marcação, dizendo que vamos fazer o Caminho de Santiago como Peregrinos (e que temos a Credencial) para assim beneficiarmos do referido desconto.
Para os Albergues de Peregrinos não é possível fazer marcação, sendo que recebem as pessoas, apenas por uma noite, à medida que estas vão chegando, até a lotação estar completa… um pouco como diz o ditado “Quem primeiro chega, primeiro se avia”. Por outro lado, aqui não se pagava nada por pernoitar, sendo a prática corrente, deixar uma pequena contribuição monetária para ajudar nas despesas de manutenção e limpeza do albergue. Actualmente, continuamos a encontrar Albergues onde não se paga, mas a regra passou a ser o pagamento de um valor entre os 3.00€ e os 5.00€ (em Santiago) que, no fundo, não deixa de ser um “valor simbólico”.
Ainda em relação aos Albergues de Peregrinos, importa dizer que eles variam bastante, tanto quanto à sua capacidade quanto às condições de alojamento (camas, casas de banho/balneários, águas quentes/frias, e cozinha de apoio).
No Caminho Português do Interior (que vamos fazer), partindo de Guimarães, acontece de facto que nas primeiras três localidades só temos mesmo as Pousadas de Juventude. Daí para a frente então, começam a aparecer os Albergues de Peregrinos que nos “acompanham” até Santiago de Compostela.
Pousadas de Juventude e Albergues no Caminho Português do Interior
(Guimarães – Santiago de Compostela)
Em Portugal
Em Espanha


Acrescento agora, mais de um ano depois de ter colocado este post, que abriu finalmente o Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima.

Situado logo após a velha ponte (o lugar chama-se “Além da Ponte”, já na freguesia de Arcozelo), o novo Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima localiza-se na “Casa do Arnado” (a primeira casa, do lado direito, ao sair da ponte).
Durante o Verão está aberto  das 17 às 22 horas e o contacto do Albergue é o 925403164. (No Inverno terá que se ligar para a Câmara Municipal).
Dispõe de 30 camas e chão para mais 20 colchões e oferece diversos serviços dos quais destacamos: Serviço gratis de Internet; Cozinha equipada; e Lavandaria (tanque).

XACOBEO 2010 – NORMAS DE UTILIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DOS ALBERGUES
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Jacobeo 2010
A ordem de prioridade para a ocupação dos albergues será a que se refere em seguida:
1) Os peregrinos com limitações físicas.
2) Os peregrinos a pé.
3) Os peregrinos a cavalo.
4) Os peregrinos de bicicleta.
5) As pessoas que viajam nos carros de apoio.
As vagas serão ocupadas com a chegada dos peregrinos aos albergues, sem que em caso algum se admita a possibilidade de realizar reservas.
UTILIZAÇÃO E USO
A utilização do albergue para passar a noite e/ou o uso de qualquer dos seus serviços e instalações, implicará o pagamento de 5 € por pessoa/dia, que se justificará com um recibo entregue pelo responsável do albergue no momento do pagamento.
NORMAS DE COMPORTAMENTO
A utilização por parte dos peregrinos das instalações dos referidos albergues estará sujeita ao cumprimento das seguintes condições:
1) A estadia em cada albergue será de uma só noite, salvo em caso de doença ou outra causa de força maior.
2) A porta dos albergues fecha-se às 22:00 horas.
3) Os albergues deverão ser abandonados antes das 8:00 horas da manhã.
4) Para respeitar o descanso, as luzes apagam-se às 22:30 horas, com excepção das zonas comuns.
5) Os utilizadores deverão cuidar as instalações com a devida diligência, deixando-as arrumadas, limpas e, portanto, recolher e depositar o lixo nos correspondentes contentores.
6) Não se poderá desperdiçar água nem luz.
7) Para secar a roupa serão utilizados, exclusivamente, os varões e estendais.
O incumprimento dos deveres anteriormente citados, assim como qualquer conduta susceptível de ser considerada como perturbadora do bom funcionamento dos albergues, facultará aos seus responsáveis o direito a obrigar os infractores a abandonar os albergues, sem prejuízo da existência de responsabilidades, incluída a proibição do uso de qualquer outro albergue da rede.
SERVIÇOS
* Cama com roupa de cama descartável
* Uso da cozinha (sem loiças e utensílios)
* Duche (com água quente)
Fonte: xacobeo.es
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10.03.2010
O FIM DO CAMINHO – A COMPOSTELA
Com a institucionalização e posterior importância social que a Peregrinação a Santiago foi ganhando ao longo dos tempos, tornou-se necessário encontrar uma forma de certificar que os peregrinos realmente tinham feito a caminhada até chegar ao túmulo do Apóstolo.
Inicialmente, a certificação era feita pela a atribuição da Vieira com as insígnias de Santiago (ainda hoje Símbolo do Caminho), mas rapidamente começaram a surgir falsificações.
Dada esta situação, no Sec. XIII os prelados compostelanos e o Papa, criaram a Carta Probatória e excomungaram todos os falsificadores.
A Carta Probatória deu depois lugar à Compostela, que é actualmente o documento oficial que certifica que o peregrino fez o Caminho de Santiago.
A Compostela é um Certificado emitido pela Igreja Compostelana com o carimbo e a assinatura do Secretário Capitular da Igreja Compostelana.
A Compostela só poderá ser obtida em Santiago de Compostela, na “Oficina de Acogida al Peregrino” (perto da Catedral) e será atribuída, pessoalmente, apenas a quem apresentar a sua Credencial do Peregrino devidamente carimbada, provando que fez os últimos 100 km do Caminho a pé ou a cavalo ou os últimos 200 km do Caminho de biciclete, e em dias consecutivos.
Por outro lado, o Caminho deverá também ter sido feito por “pietis causa”, seja ele o Espírito Cristão ou quaisquer outros motivos espirituais e de busca interior. Caso contrário, existe outro tipo de certificação que também se obtem no mesmo local.
Se tudo correr como esperamos, no regresso aqui vos mostraremos as nossas!

retirado do blog
https://acaminhodesantiago.wordpress.com/

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